Noticia_20150901-1A_ImagemEm reunião da Comissão de Saúde, nesta terça-feira (1º), no plenário Judith Leão, Lourdilene Mozer, presidente da Associação de Pais e Amigos de Surdos e Outras Deficiências (Apasod), apresentou o trabalho realizado pela entidade e as dificuldades encontradas para a efetivação do implante coclear nas crianças com deficiência auditiva. Mozer destacou que saúde e educação caminham juntas, e é fundamental que a criança até os seis anos de idade tenha plenamente acesso à saúde e à reabilitação.

A presidente da Apasod disse que, quando a escola recebe uma criança com deficiência auditiva, contrata uma intérprete. O cuidado deve ser para que a criança não perca o interesse na adaptação do aparelho implantado em seu ouvido. A criança tende a se comunicar com seus colegas pela linguagem de sinais (libras) e acaba colocando o uso do aparelho em segundo plano. Segundo Lourdilene Mozer, a escola não está preparada para receber uma criança com deficiência auditiva.

Mozer sugeriu a criação de um grupo de trabalho na Assembleia composto por várias comissões permanentes para reivindicar junto à Secretaria de Estado da Saúde a contratação de profissionais capacitados para atender às crianças com deficiências.

Dados no ES

Noticia_20150901-1B_ImagemNo Estado, segundo dados de 2012, há pelo menos oito mil crianças necessitando de implante coclear. No Espírito Santo há uma única unidade de saúde que realiza o implante coclear, o Vitória Apart Hospital, que atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Assim mesmo, segundo Mozer, o hospital deve atender somente até pagar a dívida existente com o Governo Federal.

Sobre a necessidade de investir mais em saúde, o presidente da Comissão de Saúde, Doutor Hércules (PMDB), citou o exemplo da Santa Casa de São Paulo. A unidade hospitalar fechou 2014 com deficit de R$ 280 milhões, tendo de fechar seu pronto-socorro. Isso acontece porque há uma defasagem em relação ao preço de mercado e ao valor pago pela tabela SUS nos procedimentos realizados nos hospitais privados e principalmente nos filantrópicos.

Dificuldades

José Olympio Rangel Barreto, pessoa com deficiência, lembrou a convenção internacional que o Brasil assinou em 2008, que garante o direito igual a todos de participar da sociedade. Ele, que é cadeirante, observou que a Assembleia está com sua acessibilidade prejudicada em função das obras realizadas na parte da frente da sede.

José Onofre de Souza, militante da área da surdez e especialista em libras, ressaltou que, diante dos problemas na área da deficiência, é preciso ajuda das comissões da Casa, como a da Saúde, Assistência Social, Educação, Cidadania e Direitos Humanos, e Justiça.

Souza criticou a dificuldade que uma criança com problemas auditivos encontra para receber assistência adequada. Ele lembrou que o teste do pezinho tem de ser mais ágil em seus resultados para poder haver intervenção para corrigir a tempo os problemas do bebê. O especialista em libras denunciou também os maus-tratos que os pais das crianças recebem, às vezes, dos poderes públicos na hora em que vão, por exemplo, tentar matricular seus filhos na escola.

Almir Vieira (PRP) pontuou a dificuldade por que passam as pessoas que têm algum tipo de deficiência que sofrem com a discriminação por parte das autoridades e a falta de investimentos para assisti-los.

A Comissão de Saúde e Saneamento é composta por Doutor Hércules, presidente; Almir Vieira (PRP), vice-presidente; além dos efetivos Erick Musso (PP) e Pastor Marcos Mansur (PSDB). São suplentes Eliana Dadalto (PTC), Dary Pagung (PRP), Hudson Leal (PRP), Amaro Neto (PPS) e Marcos Bruno (PRTB).

Aldo Aldesco/Web Ales

(Reprodução autorizada mediante citação da Web Ales)

Fonte:http://www.al.es.gov.br/novo_portal/

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