Noticia_20150902_ImagemO Dia Nacional do Surdo será comemorado no próximo dia 26 de setembro. A data foi escolhida em referência à fundação do Instituto Nacional de Educação dos Surdos, em 1857. A Língua Brasileira de Sinais (Libras) está presente no Brasil desde meados do século XIX, e, ainda hoje, os deficientes auditivos continuam enfrentando inúmeras dificuldades. “Veja há quanto tempo a Língua caminha conosco, mas pouco se faz na efetivação concreta de leis e decretos existentes no País”, lembrou Vanuza Martins Leite, voluntária da Associação dos Surdos de Rondonópolis (ASSUROO), presidida por Adilson de Moraes e que atende mais de 1.500 pessoas.

Hoje, por meio do Decreto Federal 5626/2002 de 22 de dezembro de 2005, a Libras deve ser inserida como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores em nível médio e superior, de instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Porém, a legislação não é cumprida como se espera, prejudicando milhões de pessoas por todo o país. “O Estado de Mato Grosso, por exemplo, deveria oferecer qualificação e intérpretes para todas as escolas da rede, mesmo com essa obrigatoriedade, ainda há surdos fora das escolas por falta de intérpretes nas salas de aula, por falta de profissionais contratados. Falando de Rondonópolis, não possuímos um dado estatístico sobre a quantidade de surdos matriculados na rede de ensino, mas a quantidade de intérpretes é nula. Penso que já está na hora de um concurso público que contemple esses profissionais, que são um elo fundamental para a inclusão do surdo com a comunidade em geral”, disse Vanuza

ESTATUTO

Sancionado em 2013 pela Presidente da República, Dilma Rousseff, o Estatuto da Pessoa com Deficiência deveria, em tese, assegurar, promover e proteger o exercício pleno e condições de igualdade de todos os direitos e liberdades fundamentais para as pessoas com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania plena e efetiva. “Algumas mudanças aconteceram. No comércio, por exemplo, tivemos uma boa melhora na questão da inclusão. A procura na Associação de Surdos de Rondonópolis em busca de funcionários visando cumprir a lei aumentou muito”, explicou

Vanuza.

Mas, os surdos ainda sentem barreiras intransponíveis para a realização de atividades simples do dia a dia. “Vejamos o exemplo de Rondonópolis. Aqui, os problemas são encontrados desde os mais simples atos, como ir ao mercado, até os mais complexos, como receber atendimento na Santa Casa, Hospital Regional, Pronto Atendimento e Centros de Referência. Se houvesse ao menos uma formação para os funcionários, já seria de grande importância para a comunicação efetiva”, disse Vanuza.

A falta de políticas públicas e cumprimento da legislação criam barreiras para a população surda de Rondonópolis. “Com tantas leis que dão amparo e auxílio, liberdade de expressão e obrigatoriedade da Libras, me revolta ver tão pouco feito em prol dos surdos da nossa cidade. Todo dia temos novos surdos chegando à nossa Associação com reclamações de mau atendimento em locais públicos e o descaso dos nossos representantes políticos. Hoje, temos um prédio para a nossa associação, mas não temos material, profissional que oriente, auxilie e acompanhe os surdos, ficando tudo por conta de voluntários, que tentam fazer o possível para ajudar essa comunidade, tão rica em sua cultura e conhecimento, que só tem a agregar e engrandecer a sociedade”, finalizou Vanuza.

A DATA

O Dia Nacional do Surdo foi criado para representar uma oportunidade para relembrar os desafios e as lutas por melhores condições de vida das pessoas com deficiência auditiva. O Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que o Brasil possui 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Desse total, mais de 2 milhões apresentam deficiência auditiva severa. Pesquisas também apontam que esse número deve crescer com o aumento da população idosa no país e a demora na identificação de problemas auditivos que poderiam ser reversíveis se constatados até 6 meses de idade.

Fonte:http://www.atribunamt.com.br/

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