Comunidade Surda e Secretaria travam uma batalha quanto aos serviços prestados

noticia_20170107-1a_imagemNa manhã desta sexta-feira (06), a secretária de educação, Maria Cecília Motta, disse que o atendimento que era realizado pelo Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada) a população não irá retornar, o que está causando revolta na comunidade de surdos e deficientes auditivos da Capital.

De acordo com a secretária, “a intenção do governo é incluir o deficiente auditivo ao ensino regular, em cima de dados levantados pela secretaria, nós resolvemos que é necessário realizar esse procedimento. Dependendo da dificuldade temos um professor à disposição para esse aluno. Na escola regular o avanço na aprendizagem foi de 90%, enquanto que, no Ceada, o avanço alcançou 53% dos alunos”, afirma Maria Cecília. 

Ainda segundo a secretária, “o Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada), continuará trabalhando em prol da comunidade, pois irá capacitar os professores da rede estadual de ensino para que possam aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) e assim passar o conhecimento necessário e realizar atendimento das crianças portadoras da deficiência auditiva no ensino regular”, conclui a Secretária de Educação.

noticia_20170107-1b_imagemO professor de Libras, Mestre e Doutorando em Desenvolvimento Local pela UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Líder do Movimento Surdos do MS e Ex-aluno do CEADA, Adriano Gianotto, disse em entrevista ao Capital News, que o Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada), foi criado com missão de oferecer escolaridade, inserção no trabalho e atendimento complementar a população surda da Capital. 

Ceada é a única Escola Pública Estadual para surdos no Brasil, segundo Adriano, “a necessidade de defender a importância do Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação (Ceada), para a criança surda e também defender o direito ao processo lingüístico, através da vivência, junto ao modelo surdo do usuário da Libras (Língua Brasileira de Sinais), especificamente estimulando as crianças de 0 a 3 anos”, pontua Adriano.

Ainda segundo ele, de acordo com o Plano Estadual de Educação do Mato Grosso do Sul publicado em 2014 com vigência até o ano de 2024, as ofertas bilíngüe aos surdos seriam de “oferecer a educação bilíngüe em Libras como primeira modalidade escrita da língua portuguesa e como segunda língua para estudantes surdos e deficientes auditivos em escolas comuns”. Para Adriano, a Secretaria de Educação não trabalha com sociedade inclusiva, pois a inclusão para o aluno surdo é diferente dos demais alunos com deficiência. A principal questão é a Língua, pois sem o aprendizado desenvolvido pelo CEADA, os alunos terão uma dificuldade maior em alcançar a compreensão das duas línguas necessárias para o seu desenvolvimento na escola e na vida. 

De acordo com o estudioso Fernando Capovilla em sua pesquisa realizada há 11 anos, sobre “Neuropsicologia e aprendizagem”, o trabalho realizado pelo Ceada faze-se necessário, pois os professores surdos tem formação em Letras e Libras, conforme Decreto Federal 5.626/05; onde da-se necessário o aprendizado inicial em Libras para que o aluno possa aprender o português, uma vez que a língua matriz do deficiente auditivo é a Língua Brasileira de Sinais (Libras), ou seja, um direito garantido pela Lei Brasileira de Inclusão (LBI) onde considera a escola Bilíngüe e não Especial.

noticia_20170107-1c_imagemFonte: http://capitalnews.com.br/educacao/secretaria-de-educacao-nao-ira-retroceder-quanto-a-decisao-envolvendo-ceada/299964

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