Padrinhos fazem doações, visitam e até levam ‘afilhados’ para passear.

Crianças com pequenas chances de serem adotadas são beneficiadas.

Noticia_20151013-1A_ImagemQuem não pode adotar, mas quer ajudar a melhorar a vida de uma criança carente, pode se tornar um padrinho “especial” em Porto Velho. Por meio do projeto interinstitucional “Apadrinhando uma História”, pessoas podem auxiliar meninos e meninas que estão em abrigos e possuem remotas chances de serem adotados ou voltarem para a família de origem. Os padrinhos podem fazer doações, levar os “afilhados” para passear ou até passar alguns dias com as crianças. O projeto existe há quase um ano.

Rita de Cássia Prestes é uma das madrinhas adotivas e está no projeto desde maio deste ano. Ela apadrinha uma criança de seis anos, portadora de síndrome de down. A funcionária pública de 47 anos é mãe de dois rapazes e afirma que a alegria do mundo infantil voltou à vida dela após o apadrinhamento.

“Soube do projeto bem no início, conversei com minha família e concordamos em fazer parte. Nos demos bem desde o primeiro contato, e nosso convívio melhora a cada dia. Ela tem apenas seis anos, mas parece que nós aprendemos mais com ela do que ela conosco. Me surpreendo com cada reação dela”, explica a madrinha.

Segundo Rita, a criança recebe a visita dos padrinhos com frequência e já tem a liberdade de passar datas especiais e até mesmo fins de semana fora do abrigo. “Ela é muito ativa e, quando está acordada, é atenção redobrada. Os downs têm uma característica de ser muito carinhosos e temos que ter muita calma e tranquilidade para lidar com eles. Assim, aprendemos também a ter mais paciência, jogo de cintura e a demonstrar mais afeto não só por eles, mas por todos ao nosso redor”, admite.

Noticia_20151013-1B_Imagem“Estamos muito felizes por participar de um projeto que permite que essas crianças que provavelmente não serão mais adotadas, saiam um pouco dos portões do abrigo e tenham uma convivência e um referencial aqui fora. Tem muito mais ganho que perda, para todos”, conclui Rita.

Modalidades de padrinhos

De acordo com a psicóloga Andreza Guerra, crianças dos quatro abrigos de Porto Velho recebem atendimento de uma das modalidades do projeto. O apadrinhamento é dividido em três modalidades: afetivo, provedor e prestador de serviços.

O prestador de serviços é composto por profissionais que atendem crianças com serviços gratuitos como a psicoterapia, que ainda não é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O padrinho provedor pode investir na crianças/adolescente, oferecendo algum curso profissionalizante, tratamentos de saúde, prática esportiva por seis meses ou até um ano, diferente do padrinho afetivo, que pode assistir enquanto a criança está no abrigo e após sua saída, podendo levar o apadrinhado para passear, dar presentes e outros.

Como participar

Para participar do projeto, os interessados podem preencher uma ficha que está disponível no blog do projeto e enviar por e-mail ou ir diretamente no Ministério Público de Rondônia, no Serviço de Atendimento Institucional (Sain) ou no Segundo Juizado.

Não há restrições de estado civil ou renda. As pessoas não podem estar envolvidas em processos criminais ou ter interesse em adoção. Solteiros, casais heterossexuais e homossexuais participam e incentivam amigos e conhecidos a se cadastrarem.

O cadidato passa por um processo de avaliação psicosocial e, se for considerado apto, conhece o apadrinhado e se relaciona com ele dentro e fora do abrigo, seguindo alguns preceitos e com a condição de preservar a imagem da criança. Encontros mensais com a equipe do abrigo e do projeto são realizados com os padrinhos para monitorar e esclarecer situações.

A equipe atual do projeto é formada pela psicóloga Andreza Guerra, psicóloga Landa Monteiro Lemos e assistente social Rejiane Souza, coordenadas pelo coordenador do serviço de acolhimento, Halanderson Pereira.

Tópicos: Porto Velho, Rondônia

fonte:http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/

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