Surdos do município de Simões Filho pedem políticas públicas inclusivas

A Associação de Surdos de Simões Filho na Baia entrou com um incentivo e apoio de políticas públicas inclusivas para que possa obter melhor acesso à educação, saúde e outros benefícios estabelecidos pela Lei Federal 10.436 que reconhece como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais e que necessita a regulamentação do município.

A Associação de Surdos de Simões Filho foi fundada em dezembro de 2014 e teve sua inauguração no dia 24 de fevereiro de 2015. A equipe de reportagem realizou uma matéria inclusiva e entrevistou a Presidente da Associação, Ingrid Silveira, que é surda com o auxílio da voluntária e intérprete Tatiana.

De acordo com a presidente, Ingrid Silveira, a Associação de Surdos se faz importante porque por meio da entidade, os surdos estão criando forças para reivindicar e há muito tempo faltam intérpretes nas escolas, nas unidades de saúde e em vários lugares do município. A entidade conta com o apoio das voluntárias, Tatiana, Márcia e Vânia que são intérpretes de LIBRAS e segundo a presidente é muito difícil ter uma intérprete voluntária e enaltece o apoio que a Associação vem tendo pelas voluntárias.

Segundo dado da Associação, o município de Simões Filho tem cerca de 500 surdos, porém muitos ainda não sabem da Associação e no início da inauguração a entidade contava com 20 surdos.

Na última terça-feira (05), a Câmara de vereadores aprovou em unanimidade o projeto de lei de autoria do vereador Erivaldo Canjirana (PSL), com o intuito de que o executivo municipal se sensibilize e garanta o acesso das pessoas surdas ao sistema municipal de educação, saúde e outras disposições. Na oportunidade a comunidade surda se emocionaram e contou com a presença de alunos surdos do Colégio Padre Luiz Palmeira.

Os surdos têm suas particularidades e mudar o surdo para torná-lo igual a um ouvinte, é um desrespeito à sua identidade e à sua condição de cidadania, porque o surdo usa uma comunicação visual (língua de sinais) e não usa comunicação auditiva, sendo que, a língua brasileira de sinais, por lei já oficializada em âmbito federal, se faz necessária que o município regulamente a língua de sinais para que assim a cidadania possa de fato fazer parte desta comunidade tão carente de acesso e inserção nas escolas, universidades, entidades e órgãos públicos e privados.

Hoje à noite os surdos da Associação de Surdos de Simões Filho participam de um Seminário na UNEB. De acordo com a voluntária Tatiana, a Associação é carente do exame de audiometria para que possam comprovar a deficiência e terem acesso aos benefícios, como o direito ao passe que é provisório e que é recorrente os constrangimentos que os surdos passam no sistema de transportes do município.

Como meio de fortalecer a inclusão, todas às quartas-feiras, os surdos se reúnem no centro de Simões Filho com o objetivo de praticar e consolidar o esporte e a qualidade de vida. Com o pensamento de que não é a lei que vão protegê-los, mas a consciência, a Associação de Surdos esperam que políticas inclusivas sejam consolidadas. Mesmo assim, a comunidade reconhece os passos do crescimento desta causa. “Para mim é uma alegria muito grande em ver o crescimento dos surdos aqui em Simões Filho”, disse a voluntária Tatiana Mendes.

Fonte: http://www.bahiapolitica.com.br/surdos-do-municipio-de-simoes-filho-pedem-politicas-publicas-inclusivas/