Dona de casa adotou três crianças com necessidades especiais.

Mulher se encantou com as crianças durante trabalho voluntário que fazia.

Noticia_20150510-2A_Imagem“Quis crianças que ninguém quer. A solidão deles me comoveu e por isso eu os trouxe para morar comigo”, conta a dona de casa Otilina Duabilibe, 59 anos, que adotou uma menina e dois meninos com necessidades especiais.O trio foi abandonado no Lar da Criança em Teresina.Ela se encantou com as crianças durante um trabalho voluntário que fazia na instituição. Nem mesmo, os questionamentos e as críticas de amigos e familiares lhe fizeram desistir do gesto de carinho e mostra o quão grande pode ser o amor materno.

“Algumas pessoas perguntavam por que iria adotá-los se já tinha dois filhos biológicos? Não me incomodei com os comentários. Nos conhecemos quando trabalhava voluntariamente no Lar da Criança. Eu colocava música e brincava com as crianças especiais. Fiquei encantada com a inteligência, receptividade e carinho deles”, lembra a dona de casa.

Primeiro, veio o Matheus, um menino autista e com hidrocefalia. Na época, ele tinha dois anos e foi deixado no Lar porque a mãe biológica alegou que não tinha condições financeiras de criá-lo, já que tinha outros 14 filhos. Hoje, ele tem 17 anos.

Noticia_20150510-2B_ImagemUm ano depois, Otilina Duabilibe se apaixonou pela pequena Daniela. Uma menina que chegou ao Lar da Criança com 28 dias de nascida e portadora da Síndrome de Dandy Walker, uma malformação cerebral congênita que acomete o cerebelo e os espaços repletos de líquido circunvizinhos a ele. Dada, como é chamada pela mãe, tem 16 anos.

Já o integrante mais novo da família Duabilibe chegou com um ano. Samuel tem Síndrome de Down, nada que impeça o menino de correr e brincar o tempo inteiro. A entrevista foi interrompida algumas vezes para chamar a atenção do garoto de 8 anos.

“Assim que Samuel chegou ao lar, eu decidi que ficaria com ele, mas tiver que esperar um pouco porque minha casa não tinha mais espaços. Tive que aumentar minha residência e esperei oito meses para levá-lo para casa”, afirmou Otilina Duabilibe.

Mudança de vida
Quando os filhos adotivos chegaram, os biológicos tinham 17 e 14 anos. A dona de casa conta que não houve rejeição, mas revela que voltou a estudar para aprender a cuidar dos filhos de coração. “Eu fiz um curso técnico de enfermagem porque precisa saber socorrer quando um deles apresentasse algum problema. Adotei crianças especiais e precisava ter uma noção de primeiros socorros. Por exemplo, o Matheus tem crises convulsivas e sei o que fazer”, disse.

Noticia_20150510-2C_ImagemA mãe também precisou abandonar o emprego para se dedicar exclusivamente aos filhos. “Eu trabalhava na secretaria estadual de saúde e em alguns hospitais, mas abri mão destes empregos porque, além de ganhar pouco, temiam que meus filhos não fossem bem cuidados pela pessoa que viesse trabalhar aqui”, comentou a dona de casa, que agora trabalha por conta própria.

Para sustentar os filhos, Otilina Duabilibe recebe doações. Entretanto, ela não se arrepende das decisões tomadas. “Se dizer que é facil criá-los, estarei metindo, mas se você pensar muito, algumas atitudes na vida você não realiza. É preciso coragem e se você ficar esperando o momento certo chegar, ele pode nunca vir. E não podemos perder a oportunidade de ajudar alguém. Por isso, se alguém pensa em adotar uma criança

especial não espere muito para realizar este gesto”, finaliza. Otilina Duabilibe.

Fonte: http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2015/05/mulher-adota-3-criancas-deficientes-no-piaui-e-diz-quis-o-que-ninguem-quer.html

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