JI-PARANÁ RO
A Comissão entendeu o que foi exposto pela diretora do Senai e pretende encaminhar um ofício para o MEC solicitando o convênio.
Uma comissão formada por pais de pessoas surdas, professores, acadêmicos, surdos e vereadora Márcia Regina (PT) visitaram as direções da Unir, Ciretran e Senai, a secretária municipal de Educação, Leiva Custódio e o coordenador regional de Educação, José Antônio Medeiros, visando entregar a ata da audiência pública sobre Políticas Públicas para Pessoa Surda, que foi realizada no final do último ano, e questionar sobre o que será feito para conseguir melhorias na educação dos surdos.
“Uma audiência pública, de minha autoria, foi realizada em dezembro, visando promover o apoio da Câmara de Vereadores a nobre iniciativa de membros da sociedade jiparanaense, sobretudo os familiares de pessoa surda que busca o atendimento ao direito educacional com a finalidade de promover a inclusão social, além, de colocar a sociedade a par da atual situação da pessoa surda, a sua realidade na cidade de Ji-Paraná e a continuidade dos estudos. Após o evento elaboramos a ata e estamos entregando para os órgãos, buscando a melhoria da qualidade de educação”, informou Márcia Regina, ressaltando que existem 100 surdos na região de Ji-Paraná e que não visitaram ainda o Ministério Público, porque no dia da reunião aconteceu um imprevisto e a promotora de Justiça Conceição Forte Baena não pode atender a comissão.
UNIR- A Comissão entregou a ata para a secretária executiva da Unir, Graziella Passoni e solicitou a inclusão do curso de Letras/Libras no campus de Ji-Paraná. Graziella Passoni informou a direção tem interesse e já começou conversar sobre o assunto.
CIRETRAN- Durante a Audiência, foi exposto que os surdos tem dificuldade de tirar a Carteira Nacional de Habilitação e da falta de uma pessoa preparada para interpretar a prova no Detran. A Comissão explicou isso para o diretor da Ciretran de Ji-Paraná, Antônio Cassimiro, que vai informar a direção geral do Detran e em seguida passará uma posição do órgão.
SENAI-O surdo Ronaldo Veloso falou na audiência pública que tentou estudar no Senai, mas não conseguiu vaga por ser aluno do Ceeja. A Comissão informou este fato para a diretora do Senai em Ji-Paraná, Tatiana França. “O Senai é preparado para atender a pessoa surda. Em Ji-Paraná temos dois intérpretes. O problema é que o Ministério da Educação não fez convênio com o Senai para que atenda os alunos do Ceeja”, explicou a diretora, informando que tem toda a documentação necessária para explicar a imcompatibilidade no Sistema Nacional de Informações da Educação Profissional e Tecnológica. A Comissão entendeu o que foi exposto pela diretora do Senai e pretende encaminhar um ofício para o MEC solicitando o convênio.
SEMED- A secretária municipal de Educação, Leiva Custódio recebeu a Comissão para discutor sobre os problemas na educação da pessoa surda. Ela comentou sobre a falta de profissionais, da necessidade de um novo concurso público para a contratação de intérpretes, da possibilidade de colocar salas em duas escolas para atender os surdos, sendo uma em cada distrito, e sugeriu que fosse feita uma audiência pública para tratar deficiências e definir o que é responsabilidade do município e o que é do Estado. Leiva Custódio informou que são realizados diversos cursos de Libras gratuitos para pais e professores, mas que nem sempre eles participam.
CRE– A vereadora Márcia Regina informou o coordenador regional de Educação, José Antônio Medeiros as metas da Comissão e pediu sua colaboração para que juntos consigam melhorias da Educação do Surdo. José Antônio disse que estão em fase de matrículas e assim que encerrar, as direções das escolas informaram as necessidades e ele encaminhará para a Secretaria de Estado de Educação para ver as ações que poderão ser realizadas. O coordenador disse que uma das melhores soluções seria que o Ministério Público de Rondônia, por meio da Promotoria de Justiça em Ji-Paraná, propussesse uma ação civil pública determinando a contratação emergencial de intérpretes para suprir as necessidades das escolas estaduais, conforme foi feito em Buritis, segundo informou o pai de um surdo. Atualmente, apenas um intérprete atende as escolas estaduais em Ji-Paraná.
COMPROMISSOS- Os compromissos assumidos na Audiência Pública foram os seguintes: Constituir uma Comissão, que irá a Unir pedir para que tenha o curso de Letras Libras; Levar os dados estatísticos na Semed e Coordenadoria Regional solicitando que aumentem a quantidade de intérpretes nas salas de aulas para que mais pessoas surdas tenham direito a educação; Verificar no Senai porque não estão aceitando alunos do Ceeja; Analisar a possibilidade da Câmara contratar um intérprete; Pedir para ao Detran que disponibilize um intérprete exclusivo para Ji-Paraná; Solicitar para a administração municipal que elabore um projeto visando formar uma equipe de interpretes itinerantes; e Conversar com a Câmara Federal para analisar a possibilidade da mudança do ícone que representa o surdo na CNH. “Após todas as visitas e respostas das reivindicações a Comissão divulgará as conquistas”, finalizou a vereadora Márcia Regina (PT).