Sábia inserção!

Noticia_20140424_ImagemA inserção de pessoas no mercado de trabalho é algo realmente louvável, há de se reconhecer, o esforço hercúleo praticado por órgãos públicos como por instituições privadas, no sentido de inserir um maior número de pessoas no mercado de trabalho, isso, em se tratando de pessoas, sem deficiência física e, ainda assim é difícil.
Agora, imaginem vocês, como ficam as pessoas, que apresentam alguma deficiência congênita, com a auditiva, ai sim, a situação se agrava ainda mais. A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), mais uma vez, inovou se adequando as reais necessidades, de pessoas com limitações físicas (auditivas), com a inserção do edital, com as normas rotinas e procedimentos necessários ao ingresso, no período de 2014, turno vespertino, no curso em graduação em Letras – licenciatura em Língua Brasileira de Sinais (Libras), campus de Cuiabá, na modalidade presencial, esta implantação na verdade, representa a quebra de mais um paradigma.

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), através desse mesmo edital, oferta 40 vagas, distribuídas nas seguintes categorias: ação afirmativa para surdo, decreto nº 5.626/2005 ofertando (15 vagas), e ação afirmativa para Lei de Cotas, Lei nº 12.711/2012 (10 vagas).

Essa ação efetiva e arrojada da (UFMT), no sentido da criação desse curso, tem como vertente uma série de fatores, entre os quais: a ação conjunta de associações, entidades filantrópicas, movimentos surdos, comunidades surdas, fontes históricas, pedagogia surda, memórias surdas, entre tantos outros artefatos culturais voltadas a essa minoria.

 “A implementação de políticas públicas altruístas acontecem através de ações que demandam: coragem, arrojo e mais do que isso, vontade de fazer”

A implementação de políticas públicas altruístas acontecem através de ações que demandam: coragem, arrojo e mais do que isso, vontade de fazer, assim como acontece na Escola Estadual Fenelon Muller, situada no bairro CPA II; tendo como Diretora dessa unidade escolar, a professora Maria Helena da Silva, que tem entre seus alunos, alguns com deficiência auditiva, porém os mesmos são acompanhados por pessoas devidamente treinadas, exercendo, essa difícil tarefa, porém gratificante.

A referida escola estadual potencializa uma série de projetos pedagógicos, existindo lá, uma sala especifica para isso, chamada de sala de projetos, estão inseridos nesse contexto; funcionários e colaboradores, pessoas com necessidades especiais, entre elas as auditivas.

Orienta esse projeto com maestria a professora Alessandra Andrade Silva, que apesar de ser uma pessoa sem nenhuma anomalia congênita, tem uma habilidade em libras de dar inveja, por isso executa um trabalho condizente com as necessidades dessas pessoas especiais.

Agora, com a criação desse curso na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por certo, irá estimular toda rede pública, estadual e municipal, com a inserção dessas pessoas com deficiência auditiva, fazendo com que os mesmos, possam ser inseridos não só no mercado de trabalho, como também sejam reconhecidas como pessoas capazes de desenvolver trabalhos cognitivos.

Tudo que foi dito, tem como inspiração, a fala de um psiquiatra surdo Norueguês, Terje Basilier, que disse “Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceito a pessoa….Quando eu rejeito a língua, eu rejeito a pessoa porque a língua é parte de nos mesmos…Quando eu aceito a Língua de Sinais, eu aceito o surdo, é importante ter sempre em mente que o surdo tem o direito de ser surdo. Nós não devemos mudá-los, devemos ensiná-los, mas temos que permitir-lhes ser surdo”

LICIO ANTONIO MALHEIROS é professor em Cuiabá

Fonte: http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=262&cid=195755

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