20/10/2012

Alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental, Ciclos I e II são inseridos em um ensino adequado com suporte de professor bilíngue, intérprete e fonoaudióloga

Há um ano, a Secretaria Municipal de Educação de São Carlos executa em duas escolas-polo, Emeb Dalila Galli e Cemei Ida Vinceguerra, o projeto de Educação Bilíngue para alunos surdos da Educação Infantil, com crianças de 4 e 5 anos, e  do Ensino Fundamental ciclo I , de 1º ao 5º ano e ciclo II, de 6º ao 9º ano.

 

Este projeto veio promover um ensino adequado e especializado aos alunos com surdez que até no último ano estavam inseridos em sala com outros alunos ouvintes e metodologias que não atendiam as suas necessidades. Hoje o projeto atende 13 alunos surdos e conta com uma equipe preparada para a formação e integração social desses alunos.

A fonoaudióloga Michele Toso explica que no início muitos surdos chegam ao projeto desconhecendo a Libras e com atraso significativo de língua e linguagem.

Na Educação Infantil e no ciclo I, os alunos são reunidos em uma sala multisseriada somente com alunos surdos, para o aprendizado da Libras. E a partir da Libras, eles passam a ter acesso aos conteúdos curriculares de cada série.

Neste período, a professora bilíngue, Julia Almeida, ensina e reforça a língua de sinais, inserindo novas perspectivas, além dos conteúdos pedagógicos. “Trabalhamos com os alunos a Libras, a identidade e cultura surda, fazendo que descubram o que podem fazer e desenvolver na sociedade”, diz Almeida.

O planejamento das disciplinas é elaborado a partir da necessidade de cada aluno, agrupando-os por idade ou por demanda de aprendizado. Pois mesmo em séries diferentes, o nível de conhecimento é, por vezes, relativamente igual, já que anteriormente todos tiveram o mesmo ensino em escolas não adaptadas as suas necessidades, com professores sem formação e apoio adequado.

Anderson Marques há anos possui o conhecimento na Língua de Sinais e desde agosto deste ano passou a exercer a função de intérprete no projeto, após ser avaliado e aprovado em uma prova de aptidão desenvolvida pelo MEC, chamada Pró-Libras, que o certificou como um intérprete fluente em Libras.
A partir do 6ª ano do ciclo II, os surdos são inseridos em salas de aula junto a alunos ouvintes e um professor para cada disciplina. Todo conteúdo lecionado é traduzido para Libras pelo intérprete. “Nas aulas, meu papel não é apenas de interpretação, mas também de ajudar no aprendizado, de maneira que os surdos entendam e compreendam o conteúdo ensinado, aproximando a relação entre professor e aluno”.

A professora de português como segunda língua para surdos, Sabrina Amorim, explica que a metodologia é diferente, baseado principalmente na ampliação do léxico, pois muitas palavras do português os surdos não conhecem. “Trabalhamos contextualizando palavras dentro de um texto, visando primeiro a leitura, deixando para uma segunda etapa o foco da escrita”, comenta.

De acordo com os profissionais, é notória a evolução no desenvolvimento linguístico, cognitivo e comportamental dos alunos surdos ao longo do projeto, o qual atende e respeita suas especificidades.

Fonte: http://jornalpp.com.br/cidades/item/21596-alunos-surdos-s%C3%A3o-capacitados-atrav%C3%A9s-de-educa%C3%A7%C3%A3o-especializada

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