De 9 mil estudantes, cerca de 200 são acadêmicos com deficiência.
Acadêmico de direito diz que tem apoio da instituição para concluir curso

Noticia_20160901-1A_ImagemO deficiente visual Hisaac Alves de Oliveira, de 33 anos, é um dos quase 200 alunos com deficiência da Universidade Federal do Acre (Ufac), em Rio Branco. Oliveira conta que precisou driblar as limitações da cegueira e resolveu cursar direito, após passar por inúmeras situações em que teve os direitos negados por conta da deficiência.

Fazer o curso de direito se tornou um sonho, segundo Oliveira. Desejo que surgiu a partir dos desafios com relação às dificuldades que ele teve que passar devido à deficiência. O acadêmico cursa o 5º período de direito e diz que pretende concluir o curso no tempo certo para poder começar a atuar na área.

“O desafio surgiu pelas minhas necessidades e tudo aquilo que eu passei na vida, principalmente com relação aos direitos que são negados às pessoas com deficiência. Foi algo que foi nascendo e despertando em mim a necessidade de conhecer mais as leis e direitos para ajudar também aos outros, que assim como eu, passam muitas vezes por problemas por conta da deficiência”, afirma o acadêmico.

O estudante de direito conta que nasceu completamente cego e aos três anos de idade, sem nenhuma intervenção médica, passou a enxergar ao menos 50%. Porém, após complicações, acabou perdendo novamente a visão e atualmente tem apenas 20% da visão no olho direito.

Sobre as maiores dificuldades que precisa enfrentar na universidade, Oliveira diz que é com relação à leitura, já que o curso exige bastante. Ele afirma que tem dificuldade de acompanhar a turma porque demora mais para ler o material e, na maioria das vezes, precisa ler várias vezes para entender o conteúdo.

Noticia_20160901-1B_ImagemAlunos deficientes na Ufac
Dos mais de 9 mil acadêmicos da Universidade Federal do Acre (Ufac), quase 200 são alunos com deficiência . O número representa 2,2% da quantidade de estudantes da universidade, em Rio Branco. Os números foram repassados pela coordenação do Núcleo de Apoio à Inclusão (NAI) e pela Ufac.

Apesar do baixo percentual, a coordenadora do NAI, Joseane Martins, afirma que o número de alunos com deficiência é considerado “elevado”. “Por sermos apenas um núcleo e não uma diretoria e atendermos toda essa diversidade, considero um público bem elevado. Quando iniciamos, em 2008, tínhamos 15 alunos com deficiência e hoje esse quantitativo aumentou bastante em oito anos, principalmente, quando a Ufac aderiu às cotas”, explica.

A coordenadora conta que existem sete intérpretes para atender aos estudantes com deficiência auditiva e 53 monitores, que também auxiliam os alunos. “Acadêmicos com deficiência física, representam a maioria dos deficientes, chegando a média de 80 estudantes. O restante são pessoas com transtorno, deficiência visual, auditiva e outras. O número de intérpretes não é suficiente para atender toda a demanda”, afirma.

Joseane explica que o núcleo oferece cursos de capacitação para professores, servidores da Ufac e alunos. Segundo ela, são cursos de Língua Brasileira de Sinais (Libras), do Sistema Braille até o nível avançado e sobre as legislações para as pessoas com deficiência.

“Os cursos são procurados principalmente por alunos de graduação dos cursos de licenciatura, já pensando no mercado de trabalho. Os professores são os mais difíceis, dizem que não tem tempo, mas fazemos uma carga horária de 30 horas e em todos os turnos para tentar atrair toda essa comunidade escolar, mas ainda é bem complicado a questão da procura”, diz Joseane.

Sobre a acessibilidade dentro da Ufac, a coordenadora avalia que a instituição tem investido bastante na parte arquitetônica, e diz que todas as novas estruturas possuem acessibilidade aos alunos com deficiência. “Todos os prédios novos construídos na Ufac já têm banheiros acessíveis, pisos sinalizados e portas alargadas”, afirma.

Noticia_20160901-1C_ImagemFonte: http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/

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