Noticia_20160429-1_Imagem“Quando a criança com necessidades educacionais especiais entra na sala comum, uma das preocupações é conseguir que ela compreenda e desenvolva as atividades”. A afirmação partiu de duas pedagogas da Escola Estadual professora Maria de Fátima Gimenez, de Sinop, que iniciaram um projeto de inclusão social envolvendo a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Trata-se de “Um novo jeito de aprender a ler e escrever em Libras”, cuja iniciativa será desenvolvida com cerca de 50 alunos do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental da escola.

O objetivo é divulgar a Língua de Sinais, que é a primeira língua do deficiente auditivo, para profissionais e familiares que atuam no processo de inclusão, possibilitando-lhes a integração.

A iniciativa acontecerá ao longo do ano letivo, em horário extra classe, uma vez por semana durante quatro horas seguidas. Entre as atividades previstas estão oficinas, vídeos, diálogos, atividades recreativas, confecção de mural, dinâmica, entre outras.

No primeiro contato com a iniciativa, os alunos reagiram com entusiasmo. Participaram de atividades em sala onde aprenderam a decifrar algumas palavras com o uso da Libras. Além de dinâmicas em que que simulavam ser deficientes físicos, auditivos e visuais. Para isso, tiveram os olhos vedados (cegos) e mãos e pés imobilizados (deficiência física). Alguns deles não podiam dar uma palavra, simulando ser mudos.

As principais dificuldades apontadas pelos participantes são as deficiências física (pernas) e a visual. “Porque dependem da ajuda dos colegas, que tiveram que orientá-los”, explicou a professora Juliana Cristina Schimidt Schons Rodrigues, ao frisar que as crianças aprendem muito rápido.

Para as pedagogas, falar em inclusão é fazer parte desse processo como agentes intermediadores e abrir possibilidades. “Nesse sentido estamos quebrando preconceitos e paradigmas com uma proposta ousada, mas não impossível”, afirmou Mirlene Silva Costa.

Contudo, na escola Maria de Fátima Gimenez não há nenhum aluno deficiente auditivo. Mas o projeto foi pensado em oferecer algo diferente para os estudantes.

Ampliando horizontes

Usar a Língua Brasileira de Sinais como mais um recurso didático é um projeto ousado, segundo as idealizadoras, mas “que contribuirá no processo de aprendizagem, alfabetização e letramento das crianças ouvintes, possibilitando que iniciem o processo de construção do conhecimento de uma nova língua de modo dinâmico e prazeroso”.

“Um ambiente bilíngue é uma troca de experiências que amplia o aprendizado não só dos alunos surdos ao aprender a Libras e o português, como também dos colegas ouvintes que compartilham essa vivência e aprendem a língua materna dos deficientes auditivos. Essa comunicação entre surdos e ouvintes oportuniza a competência comunicativa no convívio sócio educacional”, frisaram as professoras.

Também “oportunizará a comunicação com as pessoas surdas, a começar pelas crianças ouvintes, que certamente encontrarão outra criança surda na infância ou em outra fase da vida, uma vez que a representatividade da cidadania surda é significativa e visível na sociedade”, defendeu Mirlene.

Fonte:

http://www.mt.gov.br/noticias/

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