Noticia_20160801-A_ImagemO Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Especial (GEPEE/UFPA) do Campus da Universidade Federal do Pará em Breves foi criado em 2012 com o intuito de contribuir com o Município e com a comunidade portadora de necessidade especial. Recentemente, o grupo contou com a publicação de uma pesquisa em uma revista da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sobre o futuro acadêmico e profissional de jovens surdos do ensino médio.

De acordo com a professora Arlete Marinho Gonçalves, coordenadora do GEPEE, o grupo trabalha com pesquisas voltadas para a área da surdez e para o atendimento educacional especializado, que abrange um campo maior da Educação Especial, mas a aprovação recente de um novo grupo promete ajudar ainda mais as pesquisas complementares sobre o tema. “Recentemente, conseguimos aprovar o Grupo de Estudos e Pesquisas em Tradução e Interpretação em Línguas de Sinais, que tem como objetivo analisar a estrutura, a semântica, o léxico das línguas de sinais de grupos de surdos”, destacou.

Essa outra ramificação do GEPEE possui parceria com um grupo de intérpretes do município de Belém e de alguns professores do curso de Letras/Libras da UFPA. “A intenção é que, futuramente, avance dentro da UFPA maiores debates acerca das Línguas de Sinais e dos processos que envolvem a tradução e interpretação dessa língua, que é a primeira da comunidade surda e obrigatória nos currículos de licenciatura e fonoaudiologia da Universidade, desde o decreto 5.626/2005”, disse.

Pesquisa – Em dezembro de 2015, o grupo contou com a qualificação de uma pesquisa que tem como foco as perspectivas de futuro acadêmico e profissional entre os jovens surdos do ensino médio. A pesquisa em questão foi publicada na revista Reflexão e Ação, do Departamento de Educação e do Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), em uma edição sobre políticas e práticas na educação de surdos, que pode ser acessada neste endereço eletrônico.

Noticia_20160801-B_ImagemDe acordo com a publicação, os alunos entrevistados possuem interesse de serem aprovados no Prolibras, que é o Exame Nacional para Certificação de Proficiência no Ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras), que pode ser expandido também para o Certificado de Proficiência de Tradução e Interpretação de Libras/Língua Portuguesa/Libras. O exame em questão atende a pessoas surdas ou ouvintes fluentes em Libras e a aprovação comprova a aptidão para os aprovados atuarem como instrutores (no caso de estudantes concluintes do ensino médio) ou aptas para compor o corpo docente de Libras em Instituições de Ensino (no caso de estudantes concluintes do Ensino Superior).

A professora Arlete Gonçalves destaca, ainda, a importância de se trabalhar com este público e com a receptividade dos estudantes ao colaborar com a pesquisa. “Tanto os alunos, como os interpretes que participaram desse processo, puderam conhecer os anseios e projetos de vida dos surdos que sonham em entrar na Universidade, assim como puderam perceber que os resultados podem ajudar na efetivação de melhorias do acesso ao ensino superior desse público. A busca pela profissão de ser professor de libras é o sonho de muitos alunos que estão concluindo o Ensino Médio no Marajó, que tem como um dos objetivos poder contribuir com a formação de seus pares”, enfatizou.

Acesso ao ensino superior – Para garantir o acesso dos surdos aos cursos de Educação Superior, a coordenadora acredita que um dos caminhos possíveis seja a implementação de um vestibular diferenciado que garanta o acesso de mais pessoas surdas para as vagas do curso de Letras/Libras, pois quando este acesso se limita a nota do ENEM e a concorrência com candidatos ouvintes, a garantia é de apenas 1 vaga PCD por acréscimos no curso.

De acordo com o Núcleo de Inclusão Social (NIS/UFPA), atualmente existem 7 estudantes surdos matriculados na UFPA, distribuídos nos seguintes cursos: 1 (Pedagogia/Abaetetuba); 2 (Letras Libras/L2/Belém); 1 (Licenciatura em Química/Belém); 1 (Enfermagem/Belém) e 2 (1 Pedagogia; 1 Educação Física/ Castanhal).

Atualmente, o GEPEE está organizando um livro que será publicado ainda no ano de 2016, onde contará com os resultados das outras pesquisas realizadas pelo grupo na área da Educação Especial. A proposta é contribuir ainda mais para esse campo, tanto na Educação Básica, como no Ensino Superior.

Texto: Luana Coelho – Assessoria de Comunicação da UFPA

Imagem: Divulgação

Fonte:http://multicampi.ufpa.br/

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