Noticia_2015201223-1A_Imagem“Mais um passo foi dado para a inclusão de toda a cidade”. A afirmação é de Fábio Eduardo Castellar, surdo e professor de Língua Brasileira de Sinais (Libras) da rede municipal de ensino de Vitória, durante o lançamento da sessão acessível para surdos do Planetário de Vitória. A entrega acontece um ano após ter sido lançada a sessão acessível a cegos e deficientes visuais.

“Como Centro de Educação, Ciência e Cultura, a gente não pode deixar ninguém de fora. Outras ações estão sendo desenvolvidas para serem implantadas em 2016”, garantiu o diretor do Planetário de Vitória, José Arlon Silva.

A sessão chama-se “Quando a Lua tomou chá de sumiço” e explora o fenômeno do eclipse lunar e das fases da Lua em um vídeo com imagens adaptadas e em movimento do livro homônimo, da autora Maria Amália Camargo, e um intérprete de Libras no canto da tela. Maria Amália também participou do evento.

“Quando me convidaram para este evento, eu não fazia ideia de que seria isso tudo. Até dei vexame porque chorei. E olha que quem me conhece costuma dizer que eu não choro jamais. Eu amei o vídeo, e acho até que ficou melhor que o meu livro. Já contei para os meus editores e certamente repassarei a experiência por onde passar. Vou virar garota propaganda do Planetário de Vitória. Estão todos de parabéns”, disse Maria Amália, que ainda conversou com os alunos e respondeu a diversas perguntas dos pequenos.

Impressão

“Está tudo perfeito. Pela primeira vez, eu pude me sentir de volta à infância, pude entender vários significados. Porque a literatura é só para ouvinte, e o Planetário está mudando isso. Eu entendi tudo, foi perfeitamente claro. Espero que os meus pares possam sentir o que eu estou sentindo agora”, disse Luana Guss, surda e professora de Libras da rede municipal.

Davi é surdo e aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Juscelino Kubitschek, em Maria Ortiz. Perspicaz e participativo, é fácil encontrá-lo nas atividades escolares e sugerindo melhorias para o atendimento do surdo. “Gostei muito de como a história foi contada, o visual foi muito importante. Vai facilitar para que surdos de qualquer idade entendam como funcionam as fases da lua”, contou.

Noticia_2015201223-1B_ImagemParceria

O vídeo foi produzido pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio do Grupo de Pesquisa em Alfabetização e Educação de Surdos (GPAES), sob a coordenação da professora doutora Ednalva Rodrigues Gutierrez. O grupo conta com a participação de alunos surdos. “É muito bom quando estabelecemos parcerias que dão certo. Quando parceiros institucionais caminham na mesma direção, o sucesso é garantido. Foi uma satisfação para toda a equipe trabalhar num projeto que traz o desafio de fazer dialogar arte e ciência”, disse o professor da Ufes Sérgio Marcarello Bisch.

“Carregar a bandeira e assegurar ações que façam de Vitória uma cidade verdadeiramente inclusiva é um desafio. E essa entrega vai favorecer não só a cidade, mas todos que vivem e passam por aqui, em especial os grupos de estudantes. A autora pode levar essa experiência para fora e dizer para todo o Brasil que é possível realizar ações que garantam o direito de acesso ao conhecimento de todas as pessoas”, disse a secretária municipal de Educação, Adriana Sperandio.

“Desde 2013 temos caminhado vencendo desafios. As pessoas com deficiência não frequentavam esses espaços. A partir dessas observações, temos trabalhado para garantir o atendimento a todos”, explicou Ana Lúcia Sodré, que é coordenadora de Formação e Acompanhamento à Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Seme).

Quando a Lua tomou chá de sumiço

A sessão aponta para o imaginário do público infantil a partir da problematização da decisão da Lua de tomar um chá de sumiço ao reclamar que tem um “sem-fim” de afazeres, enquanto dá voltas e mais voltas ao redor da Terra. Diante de sua decisão, o que poderá acontecer no céu quando não vemos a Lua – e também quando ela não estiver lá para ver o que estará acontecendo? Por meio do aspecto lúdico, as crianças terão a oportunidade de compreender os fenômenos da Lua.

Serviço

As visitas ao Planetário são gratuitas. O agendamento, para grupos acima de 20 pessoas, deve ser feito pelo site www.planetariodevitoria.org.

Onde fica o Planetário de Vitória

Endereço: avenida Fernando Ferrari, 514, campus da Ufes, Goiabeiras

Horário de atendimento: de segunda a quarta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas; e às quintas e sextas-feiras, das 8 às 12 horas e das 13 às 21 horas. Telefone para contato: (27) 3227-2531.

Noticia_2015201223-1C_ImagemInformações à imprensa:

Carmem Tristão (ctristao@vitoria.es.gov.br) | Tel(s).: 3225-2473 / 98889-6140

Com edição de Matheus Thebaldi

Foto:http://www.vitoria.es.gov.br/noticia/planetario-de-vitoria-agora-tem-sessao-acessivel-a-surdos-19797

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