Responsáveis querem manter direito de escolher tutores para os filhos.
Decisão prevê a assistência individual aos alunos sem custos para os pais

Um grupo de cerca de 40 pais de alunos de uma escola particular de Belém coordenou um protesto na manhã desta segunda-feira (19), no bairro do Marco. A mobilização foi feita para chamar a atenção da sociedade para uma decisão da Justiça do Pará, que determinou que a escola seja obrigada a assegurar atendimento educacional especializado e individualizado para alunos com deficiência.

De acordo com a decisão, o serviço não deve ter o repasse de custos adicionais para os pais ou responsáveis e a escola deve impedir o acesso de profissionais eventualmente contratados diretamente pelos pais.

Porém, muitos dos pais se mostraram descontentes com a medida e dizem que houve um equívoco do juiz na interpretação da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência.

“Entendemos o que o juiz quis propor, mas isso é utópico, inviável. Não há condições de a escola assumir esse custo de um tutor por aluno e sem repassar isso aos pais. Nós, pais, mais que ninguém sabemos da importância de um profissional acompanhando o desenvolvimento e o aprendizado dos nossos filhos, que não são como as outras crianças, e por isso mesmo queremos continuar a ter o direito de escolher os tutores dos nossos filhos”, esclarece a secretária bilíngue e ex-professora, Marione Pires Moraes, que tem uma filha de 13 anos com síndrome de Down.

Segundo Marione, além do pagamento da mensalidade, ela também tem o custo mensal de R$ 800 com uma tutora que auxilia a filha dentro da escola, onde cursa o terceiro ano do ensino fundamental.

“Já é difícil conseguir um bom profissional que consiga acompanhar alunos com esse tipo de necessidade, isso sem falarmos do próprio laço afetivo que constrói entre o tutor e os nossos filhos e do quanto isso é fundamental para a evolução do aprendizado deles. Quando vem uma decisão como essa, os nossos filhos é que sairão mais prejudicados”, completa.

No início da manhã, os pais chegaram a interditar um trecho da avenida Almirante Barroso, no bairro do Marco, e se reunem no auditório da escola para formar uma comissão que espera ser recebida pelo magistrado para discutir a decisão.

Fonte:http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2016/

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