Campo Grande

Noticia_20160512-1A_ImagemAssociação das Mulheres com Deficiência de Campo Grande participa da 4ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres levando pautas de acessibilidade linguística e lutar por mais espaço na política.

Membras da AMDEF (Associação de Mulheres com Deficiência, de Campo Grande) participam nessa semana da 4ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, evento da Presidência da República que visa incentivar a participação política feminina e a construção de propostas de legislação e regulamentações para as mulheres. O grupo se reuniu com diversas mulheres com deficiência de outros Estados, que definiram a necessidade do estabelecimento de cotas mínimas de mulheres com deficiência nas convocações de conselhos públicos da mulher, visando atender a representação das demandas locais, já que quase 30% da população feminina nacional tem deficiência física.

Shirlei Vilhalva, que representa as surdas e surdocegas do Estado trouxe uma demanda que busca incentivar a capacitação e formação continuada dos profissionais e agentes de saúde em LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais), pois, como afirma, “estes profissionais lidam diretamente com famílias surdas e precisam orientá-las da maneira mais completa possível”. Shirlei,  que é mestra em Linguística e participa de movimentos de acessibilidade desde 1984, ainda acrescenta que “boa parte dos agentes de saúde pública muitas vezes nem sabe que estão lidando com mulheres e crianças surdas no seu trabalho”.

Acessibilidade para surdas e surdocegas também é um tema que gerou discussão no próprio evento. Sarah Santos afirma que “Não há acessibilidade linguística. Na abertura, embora houvesse um intérprete de LIBRAS, a imagem era tão pequena que mesmo nas primeiras fileiras as mulheres não conseguiam enxergá-lo”. Com apenas 18 anos a estudante de jornalismo de Campo Grande foi uma das delegadas convocadas através da Consulta Nacional de Políticas Públicas para as Mulheres com Deficiência para a Conferência. O grupo afirma que fará uma moção de repúdio, envolvendo também outras dificuldades encontradas, como a falta de filas preferenciais e citando o triste episódio no qual “uma deficiente chegou a ser derrubada em um momento de tumulto”, como conta Sarah.

Mirella Tosta, presidente da AMDEF, salienta que “a excessiva polarização da Conferência devido ao momento da política nacional, parece tirar foco do evento, e, na histeria coletiva, derrubaram por duas vezes uma mulher com deficiência, ou seja, as mulheres com deficiência permanecem invisíveis até mesmo nos espaços abertos de participação e discussão”.

As moções redigidas pelo grupo serão postas em plenário para votação a partir da manhã de amanhã (12 de maio), e o evento prossegue até sexta-feira, quando a organização fará uma avaliação do que terá sido decidido e publicará um documento.

Fonte:Msnoticias

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