Noticia_20150719-1A_ImagemCom a intenção de promover uma maior interação e inclusão, além da melhoria no processo ensino-aprendizagem, o Núcleo de Apoio às Pessoas Especiais (Napne) do Campus João Pessoa implantou uma nova abordagem no trabalho dos intérpretes de Libras. Depois de algumas tentativas realizadas no ano passado, em 2015 os intérpretes estão lotados nas coordenações dos cursos em que há alunos surdos.

Segundo a coordenadora do Napne, professora Valéria Matos, a ideia é que haja um acompanhamento individual dos alunos e um contato mais próximo com os professores e coordenação dos cursos. “Essa organização leva os intérpretes a estudarem os conteúdos que serão abordados pelos professores antes da aula ser ministrada em sala. Por exemplo, nas aulas de Educação Física os intérpretes ficavam longe, agora eles vivenciam as atividades”, explica Valéria.

A coordenadora conta que algumas mudanças já ocorreram como a melhoria na qualidade das interpretações, o desenvolvimento de sinais de Libras específicos de cada área. E esses fatores estão refletindo diretamente na melhoria do rendimento escolar. “Os alunos surdos não estavam ocupando os espaços próprios do aluno na instituição como Biblioteca, Grêmio, DCE e até mesmo nas próprias coordenações de curso”, observa.

Atualmente cada aluno é acompanhado por no máximo dois intérpretes e essa proposta de trabalho tem sido aprovada por estes profissionais, pelos estudantes e professores. Nas aulas de Educação Física, a intérprete Valéria Marques teve a ideia de usar roupas esportivas e tênis para acompanhar mais de perto o estudante do 1º ano do Curso Técnico de Edificações, Marcos Nascimento.

A intérprete fica ao lado da quadra e passa todas as informações, orientações, conversas e até as brincadeiras dos colegas para Marcos. “O trabalho de Educação Física não é só fato de estar na quadra, mas incluir o aluno no mundo do vôlei”, explica. Valéria pretende elaborar um projeto para produzir um glossário e um artigo com sinais e expressões típicas do vôlei em Libras.

“Na Educação Física aprendi a me comunicar mais e acompanhar o treino de vôlei. Antes tinha muitos problemas sem o intérprete por perto, porque não tinha interação e eu não estava conseguindo evoluir. Agora com Valéria na quadra consigo me comunicar, interagir e estou evoluindo bastante. Essa ideia foi muito boa, perfeita”, comenta Marcos Nascimento.

Quem também aprovou a nova abordagem foi Caio Fernandes, estudante do 3º ano de Edificações. Caio lembra que em 2014 o intérprete ficava sempre sentado nas aulas de Educação Física e ele só conseguia se relacionar bem com os colegas e professor porque é oralizado. “Mas um surdo que não consegue falar tem mais dificuldades. Para os alunos novos que não conhecem as regras do esporte é bom que o intérprete esteja ativamente falando e participando da atividade física”, frisa Caio.

Os colegas notaram a evolução de Marcos dentro da quadra. Vítor Duarte, que faz aula de vôlei com Marcos, disse que o estudante surdo já participa mais e está jogando melhor que no início do ano, quando não havia esse acompanhamento mais de perto. Fato confirmado pelo professor de vôlei, Edson Queiroz, que afirmou que os intérpretes são o elo de comunicação e interação, integração e inclusão nas aulas.

Essa nova abordagem de trabalho é conduzida pela professora de Libras, Regina Monteiro, que está acomponha a qualidade dos serviços dos intérpretes e como está a interação do intérprete com o aluno, coordenação de curso e professores. Regina também trabalha junto aos intérpretes dando suporte na elaborando glossários específicos para conhecimentos técnicos e expressões, que muitas vezes não possuem um sinal em Libras.

Noticia_20150719-1B_ImagemCoordenação de Comunicação Social do IFPB/Campus João Pessoa

Fonte:http://www.ifpb.edu.br/

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *