MAIS DE 800 DEFICIENTES AUDITIVOS DE VILA VELHA

 PODEM FICAR SEM ATENDIMENTO ESCOLAR

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A Escola Estadual Oral e Auditiva Professora Alécia Ferreira Couto, localizada na Praia da Costa, em Vila Velha, sempre foi destinada ao ensino da linguagem de sinais (Libras) aos alunos com deficiência auditiva do município. No entanto, o Estado gastou R$ 650 mil nas obras de reforma da unidade, que mesmo antes de serem inauguradas já apresentam riscos: o teto está caindo.

Mas o problema maior é que, além disso, o prédio está sendo transformado em sede administrativa da Superintendência Regional da Secretaria de Estado da Educação, o que gerou denúncia no Ministério Público, uma vez que mais de 800 alunos de Vila Velha, com deficiência auditiva, estão correndo o sério risco de serem atirados à exclusão social, cultural e educativa, por falta do atendimento especializado que era oferecido pela escola.

Para discutir a denúncia no âmbito da Câmara Municipal, o vereador Zé Nilton (PT) promoveu uma Tribuna Livre na tarde desta terça (22), com a participação de representantes do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Quem fez a apresentação foi o representante do Conselho, José Carlos de Siqueira Júnior, que informou já ter oferecido denúncia ao Ministério Público, à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), à Comissão de Educação da Assembleia Legislativa e ao Governador Renato Casagrande. “Queremos uma resposta imediata sobre a destinação desta escola. Por isso, estamos usando todos os meios legais”, disse Siqueira.

 AUDIÊNCIA

 O vereador Zé Nilton (PT), que promoveu a Tribuna Livre para discutir a situação da Escola Alécia Couto, já agendou para o próximo dia 29/10, às 18h30, no Palácio Anchieta, uma audiência com o vice-governador Givaldo Vieira (PT) e com o secretário de Educação, Klinger Barbosa Alves, para discutir soluções para o problema e evitar que mais de 800 deficientes auditivos de Vila Velha fiquem excluídos. “Vamos cobrar do Estado a garantia de que as atividades de ensino da escola Alécia Couto tenham continuidade e que os alunos com deficiência auditiva de Vila Velha não sejam desamparados”, disse o vereador.

Segundo ele, existem outros locais, prédios e áreas disponíveis na cidade, muito mais adequadas, onde o Governo do Estado pode construir a sede administrativa da Superintendência Regional da Sedu em Vila Velha. “A escola Alécia Couto deveria continuar funcionando na Praia da Costa e ser muito mais aparelhada para atender aos alunos de Vila Velha com dignidade e infraestrutura. Não podemos deixar que as crianças com deficiência auditiva percam esse espaço”, alertou Zé Nilton.

Os vereadores Arnaldinho Borgo (SDD), Anadelso Pereira (PTN), Duda da Barra (PP), Ricardo Chiabai (PPS) e Andinho Almeida (PMDB) também se manifestaram sobre a situação e criticaram a falta de sensibilidade das autoridades e a falta de respeito com os deficientes auditivos. “Eu gostaria de saber qual o apoio que a Subsecretaria de Pessoas com Deficiência da Secretaria Municipal de Assistência Social tem dado a esses alunos. Eu, pelo menos, desconheço qualquer atividade que a pasta tenha promovido este ano em Vila Velha, na defesa dos interesses dos 88 mil moradores da cidade que têm algum tipo de deficiência física. Isso é um absurdo”, disse o vice-presidente da Câmara, Andinho Almeida.

 CONVOCAÇÃO

 “Vou solicitar a todos os membros da Comissão de Educação da Câmara para convocar representantes administrativos da Superintendência Regional da Sedu em Vila Velha para esclarecer este problema e explicar o que está acontecendo. Também vamos convidar alunos, pais de alunos e professores da escola para discutir essa questão. A Câmara de Vila Velha está presente nesta luta e não vamos permitir que a escola seja destinada para fins administrativos apenas”, afirmou o vereador Duda da Barra, em sua participação no debate realizado na Tribuna Livre desta terça-feira (22).

Já o vereador Ricardo Chiabai ressaltou o direito à educação que os alunos com deficiência têm. “Não é nenhum favor o Estado oferecer ensino gratuito aos alunos com deficiência. Este é um direito dessa parcela já tão sacrificada da população, que além de todas as limitações que enfrentam no dia a dia, ainda são obrigados a passar por este constrangimento, que é o risco de ficar sem uma escola especializada para ensinar a linguagem de Libras. Quero ver quando os discursos bonitos que são feitos pelas autoridades deixarão de ser meras palavras, para serem validadas na prática, com atitudes, decisões e com respostas concretas para problemas como este, da Escola Alécia Couto”, salientou ele.

 

Fonte: http://www.cmvv.es.gov.br/noticias_online.asp?id_noticia=934


 

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