Ao Ministério Público do Trabalho, patrões argumentam, para o descumprimento das leis, “falta de qualificação” dos deficientes físicos

Katlelyn de Souza Marquez, 18 anos, já perdeu as contas de quantas vezes desistiu de entrar em ônibus por não conseguir comunicar-se com o motorista. Surda, ela reclama que alguns rodoviários não têm paciência para falar olhando diretamente para o seu rosto, facilitando a leitura labial. Os problemas na comunicação da jovem estudante poderiam ser resolvidos caso condutores e cobradores de coletivos fossem treinados na língua brasileira de sinais. Pouca gente sabe, mas os profissionais deveriam, obrigatoriamente, passar por um curso de libras, como determina a Lei Distrital nº 10436, de 2002.

Mas essa é mais uma das leis “mortas” no Distrito Federal. Como o Correio mostrou em reportagem publicada ontem, dezenas de legislações e artigos que versam sobre os direitos dos deficientes físicos não são executadas. Katleyn usa o transporte coletivo desde a infância e jamais teve a sorte de encontrar um profissional das viações capacitado em libras.

Nem eu sabia dessa lei. Como seria bom se não só os rodoviários, mas toda a sociedade conseguisse se comunicar conosco. E os ônibus são o de menos. Você não imagina a dificuldade que é ir ao médico e conseguir fazer com que ele me entenda”, lamentou a garota, por meio de uma intérprete.

Saulo Araújo – Correio Brasiliense

Publicação: 08/12/2014

Fonte:http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2014/12/08/internas_economia,547722/empresas-descumprem-lei-que-obriga-a-destinacao-de-vagas-para-deficientes.shtml

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