O aluno Cláudio Henrique França conversa em libras com alunas da EMEF Maria Dulce David de Paiva (Flávio Pereira/Meon)

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A Prefeitura de Tremembé implantou um polo de ensino bilíngüe que oferece aulas de Língua Portuguesa e Libras (Liíngua Brasileira de Sinais) para alunos surdos e ouvintes. É a segunda escola do tipo na RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba). Até então, somente São José dos Campos tinha uma unidade.

O polo foi criado na escola Maria Dulce Paiva, do Parque das Fontes, onde as aulas de sinais foram implantadas na grade curricular da unidade, que atende 780 alunos do 1º ao 9º ano. O projeto começou em 2013 e desde então todas as crianças com deficiência auditiva matriculadas na rede municipal passaram a ser atendidas neste colégio.

No polo, cada aluno é acompanhado por um intérprete (pessoa capacitada na língua de sinais), recebe atividades adaptadas e tem o acompanhamento de um profissional surdo. Além disso, todos os estudantes ouvintes e equipe escolar, de professores a inspetores, sabem se comunicar na linguagem surda.

O objetivo da iniciativa é enfatizar que a criança com deficiência auditiva é capaz de se desenvolver, desde que frequente um ambiente que a compreenda.

“As crianças convivem com ouvintes e muitas vezes não se reconhecem como não-ouvintes, consequentemente não se socializam. Depois de aprenderem Libras, precisavam de um espaço onde fossem compreendidas e pudessem exercitar a linguagem, por isso criamos o projeto”, explica Daniela Renó, coordenadora de educação especial da prefeitura e fundadora do projeto de inclusão.

O intérprete e deficiente auditivo, Rauf di Carli, explica que a surdez não prejudica o desenvolvimento intelectual da criança. Através do ensino de Libras, o aluno pode entender o conteúdo e desenvolver suas habilidades.

“Quando o deficiente recebe a base da língua de sinais, sabe se expressar e compreender. Com isso, pode acompanhar o conteúdo, ler, escrever e evoluir. O aprender do ouvinte é ouvindo, o aprender do surdo é visual e, por isso, os sinais são indispensáveis”, diz Rauf.

Na unidade, a comunicação entre surdos e ouvintes não tem barreiras. Com a inclusão, o aluno com deficiência também se desenvolve socialmente. “As crianças interagem e não se excluem. Com esse convívio, sai da escola segura de que está pronta para o mundo, que é formado por ouvintes, e pode trabalhar, cursar uma faculdade e ser o que quiser”, diz Daniela.

O primeiro polo educacional bilíngue da região foi implantado em São José dos Campos, em 2011. A escola municipal Maria Aparecida dos Santos Ronconi, do Monte Castelo, atende atualmente 21 surdos.

Fonte:http://bit.ly/1rLu3LA

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