Dos seis estudantes do Campus Palhoça, quatro são surdos

Seis estudantes do Campus Palhoça Bilíngue do IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina) estão no grupo de 35 catarinenses que embarcam na quarta (14) para Goiânia, onde participam do evento Extensão Brasil. A motivação extra é mostrar a cultura surda às pessoas do Planalto Central. Dos seis estudantes do Campus Palhoça, quatro são surdos. O grupo vai encarar 36 horas de viagem e passar cerca de 10 dias na região central do País.

 O Extensão Brasil será executado de 14 a 25 de novembro em quatro municípios goianos (Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cocalzinho de Goiás e Corumbá de Goiás) e na região administrativa de Brazlândia, no Distrito Federal. Ele tem como objetivo a interação entre as comunidades locais e o grupo extensionista, além da convivência multidisciplinar e transdisciplinar proporcionada pelos vários cursos e profissões das pessoas envolvidas.

 Os alunos participantes são voluntários e vão desenvolver atividades dentro de oito áreas temáticas da extensão em espaços disponibilizados pelas prefeituras da região onde acontecerá o evento.

Histórias em Libras e português

Para o Extensão Brasil, o grupo de estudantes do Câmpus Palhoça Bilíngue preparou oficinas na qual vão contar histórias em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e em língua portuguesa com bonecos que eles mesmos construíram. As narrativas vão ter como tema mitos e preconceitos com relação aos surdos.

 – Espero que as pessoas aprendam sobre cultura surda e vejam que as pessoas surdas podem fazer curso técnico, faculdade -, comenta Francielle Cristina Gerônimo, do curso técnico em Comunicação Visual, uma das alunas surdas que vão para o Extensão Brasil.

 Moradora de São José, Francielle vai viajar pela primeira vez para o Centro-Oeste e está ansiosa pela experiência.

 – Quero conhecer outros lugares, ter experiências diferentes e aprender coisas novas -, diz.

  Gabriela da Costa Viana, do curso de licenciatura em Pedagogia Bilíngue (Libras/Português), também é surda e espera mostrar que os surdos têm capacidade de fazer o que os ouvintes fazem.

 – Somos iguais às outras pessoas -, afirma. Ela pretende colocar em prática nas oficinas os conhecimentos adquiridos no curso e apresentar às pessoas o que é feito no Câmpus Palhoça Bilíngue. Gabriela, natural de Criciúma, veio para Palhoça para estudar no IFSC e também não conhece o Centro-Oeste.

 Além de Francielle e Gabriela, os outros estudantes surdos do Câmpus Palhoça Bilíngue que vão ao Extensão Brasil são Thalita Aparecida Correia de Lima e Wesley Fernando da Silva.

Incentivo

A participação dos estudantes surdos no Extensão Brasil foi motivada por uma colega de câmpus que é ouvinte. Michelle Luísa Teixeira, do curso de Pedagogia Bilíngue, havia participado em julho da Operação Encantos do Vale, promovida pelo Núcleo Extensionista Rondon da Universidade do Estado de Santa Catarina (NER/Udesc) e gostou tanto que quis fazer mais alunos do câmpus terem uma experiência parecida.

 O incentivo dado por Michelle ajudou o Câmpus Palhoça Bilíngue a ser o segundo câmpus do IFSC que mais vai enviar estudantes para o Extensão Brasil (Florianópolis-Continente vai mandar nove).

 – Eu percebi que a barreira da comunicação dificulta para os surdos, e a informação sobre essas oportunidades não chegava até eles. Foi uma experiência boa para mim e vai ser boa para eles também -, acredita.

 Além de Michelle, outra estudante ouvinte do Câmpus Palhoça Bilíngue, Taíza Hames, vai para o Extensão Brasil.

Fonte:https://portalpalhoca.com.br/noticias/educacao/

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