Pessoas portadoras de deficiência auditiva estão enfrentando dificuldades para emitir a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), em Araguaína , região norte do Tocantins . Os problemas são durante a realização das provas práticas e teóricas. Creuza Maria da Silva que foi alfabetizada na Língua Brasileira de Sinais (Libras) teve o sonho de possuir carteira de motorista adiado. (Veja o vídeo)

O companheiro da candidata, Thiago Abreu, conta que agendou as aulas da mulher e recebeu garantia do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de que uma intérprete faria a tradução da prova, mas segundo a aluna, todas as questões objetivas estavam escritas em português, enquanto deveria estar adaptada para a linguagem de sinais. “As dúvidas que ela tinha a intérprete não podia responder por que não sabia”, informou Creuza.

Mesmo sem entender as questões ela respondeu toda a prova com os “chutes”. O marido pediu a anulação da prova. “A gente está fazendo um esforço. Não é barato para a pessoa com surdez tirar habilitação, por que tem que fazer exames muito mais caros. É um sonho que uma pessoa sem o conhecimento da causa está fazendo com que esse sonho seja muito difícil”, disse Thiago.

A candidata Mariana Ferreira, também deficiente auditiva, conta que passou por uma situação parecida, mas na realização da prova prática. Durante a prova teórica o pai contratou um intérprete para realizar a tradução das questões, mas a instrutora não permitiu que ela realizasse o exame prático pela falta de documentos que ficaram retidos no Detran.

Segundo a professora de Libras, Ester Fernandes Nunes, “o surdo deve ser atendido por meio de uma versão da prova em Libras ou a presença de um profissional habilitado e não um funcionário que tenha conhecimentos básicos”.

Segundo o Detran, a justificativa para a não ter interpretação da prova em Libras é que um artigo do Código Brasileiro de Trânsito determina que o candidato precisa saber ler e escrever. O Detran foi questionado sobre o pedido de anulação da prova, mas não deu nenhuma resposta sobre o caso.

Noticia_20170207-1_ImagemFonte:http://www.jornalfloripa.com.br/

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