Noticia_20160328-2_ImagemDurante audiência pública realizada na Câmara Municipal, na manhã desta segunda (28), entidades que assistem crianças portadoras da Síndrome de Down cobraram a realização de um censo, que possa revelar quantas famílias necessitam de apoio para estimular os filhos com a deficiência na cidade de Maceió. Estima-se que 35 crianças nasçam todos os anos com o problema na capital alagoana e 68 em todo estado.

Presidida pela vereadora Tereza Nelma (PSDB), propositora do debate em Plenário, a audiência começou com a apresentação do grupo Amor 21, que surgiu em 2014, a partir da troca de mensagens entre mães no aplicativo Whatsapp. Logo, virou uma associação que atualmente presta assistências às famílias, realizando diagnósticos e orientando pais a buscarem os serviços públicos necessários para que as crianças possam desenvolver suas potencialidades.

Representante da entidade, Neila Sabino, explicou que desde novembro de 2014 o grupo foi formalizado com intuito de cobrar os direitos que as crianças portadoras da síndrome possuem. “A criança com Síndrome de Down é muito mais do que a soma de cromossomos”, disse ela, ressaltando que em cada grupo de 700 crianças, por ano, uma nasce com a síndrome no Brasil. Levando em conta a população de Maceió e Alagoas, a proporção seria de 35 e 68 crianças, respectivamente. “E onde estão estas crianças?”, questionou, dizendo que a estimativa é de que 1.200 pessoas vivam com a síndrome em Maceió e 4.200 em Alagoas.

Mãe da Flávia, pedagoga e portadora da Síndrome de Down, Nilse Bandeira dividiu a experiência que vivenciou três décadas atrás quando descobriu que teria um bebê com a deficiência. O apoio dos profissionais da saúde foi essencial para ela que, na época, ficou horrorizada com a literatura disponível, a fazendo crer que sua filha, hoje com 32 anos, não viveria mais que sete anos. “Flávia sempre foi a minha razão de viver. Acredito que todas as associações devem trabalhar unidas para esclarecer e aproximar as crianças e suas famílias dos direitos que elas têm”, afirmou.

Vânia Freire, Lenilda da Silva e Marcelo Oliveira também fizeram uso da tribuna para testemunhar sobre o aprendizado que é ter filhos com Síndrome de Down. A aceitação das crianças nas escolas regulares foi uma dificuldade narrada, além da falta de atividades gratuitas em Maceió que estimulem o desenvolvimento físico, motor e psicológico. “Meu filho tem sonhos como qualquer pessoa”, disse Lenilda, mãe de André. “Ela é bailarina, capoeirista e o ar que eu respiro”, afirmou Vânia, mãe de Enaura. “Meu filho é um grande desenhista”, contou Marcelo, pai de Fabrício.

INTELIGÊNCIA – A educadora Lucila Borges enfatizou a inteligência das crianças com Síndrome de Down. “Elas são capazes de tudo, ninguém pode subestimar”, disse, ao passar a palavra para a diretora do Departamento de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação de Maceió, NeuzaScortegagna, que anunciou o lançamento de um livro com orientações sobre educação especial, no próximo dia 19. Neuza afirmou que o desafio da escola pública é capacitar todos os professores, já que as verbas disponíveis só contemplam auxiliares de sala e professores de salas de recursos, presentes em 83 das 135 escolas municipais.

A vereadora Tereza Nelma defendeu a união de mães, pais, profissionais da Saúde e entidades para, juntos, cobrar as ações já previstas em leis, como o censo de pessoas com deficiência, com objetivo de aumentar a qualidade de vida da população com Síndrome de Down em Maceió. “Como o Poder Público pode dimensionar uma política pública sem saber a quantidade de beneficiários?. Eu acredito que unidos, reivindicando juntos, os avanços irão aparecer mais rapidamente”, afirmou, salientando que o acesso à educação, à saúde e ao mercado de trabalho continua sendo um desafio a superar.

MORTES – Ao lado da diretora da Pestalozzi em Maceió, Tereza Amaral, a vereadora lamentou a morte dos irmãos Josenildo, 18 anos, e Josivaldo, 16, alunos da instituição. Os presentes fizeram um minuto de silêncio em homenagem às vítimas, mortas na última sexta-feira pela polícia, em circunstâncias ainda a serem esclarecidas.

Fonte: Ascom/Câmara de Maceió

Fonte: http://www.alagoas24horas.com.br/

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