NCLUSÃO

MT terá escolas para surdos e autistas

Noticia_20151003-1_ImagemA Secretaria de Estado de Educação (Seduc) iniciou as discussões para a implantação de escola bilíngue para surdos e uma unidade para autistas. As necessidades foram apresentadas ao secretário Permínio Pinto durante reunião na quinta-feira (01.10). Enquanto as pessoas com deficiência auditiva reivindicam uma escola bilíngue, os autistas defendem a implantação de uma escola própria com capacidade para 400 alunos.

Estima-se que existam quase quatro mil pessoas autistas só em Cuiabá e Várzea Grande, sendo cerca de oito mil em todo o estado. Em ambos os casos, faltam professores capacitados. Estes assuntos foram alvos de debates durante a Semana da Pessoa com Deficiência, ocorrida em setembro deste ano, que contou com a participação de técnicos da Seduc.

Já deficientes auditivos solicitam uma escola bilíngue, que consiste na oferta de estudos em Língua de Sinais (Libras), que é a primeira língua para os surdos, e a Língua Portuguesa, a segunda língua para eles. Existe o Centro Estadual de Atendimento e Apoio ao Deficiente Auditivo (Ceaada), em Cuiabá, onde é oferecido Libras, porém os serviços precisam ser ampliados.

Além da necessidade de atender a Capital, a Coordenadoria de Educação Especial da Secretaria de Educação do Estado de Mato Grosso (Seduc), juntamente com os deficientes auditivos, defende a expansão da ação, ou seja, de interação com os municípios.

Segundo informações da Coordenadoria, em 2013 e 2014 foi realizado um trabalho em que os surdos estiveram em alguns Cefapros (Centros de Formação e Atualização dos Profissionais da Educação Básica de Mato Grosso) oferecendo a formação. A iniciativa contou com a participação de 240 professores, mas foi um curso básico, “que só aguçou a curiosidade para aprenderem a Língua de Sinais”, conforme relatos.

O Centro de Formação dos Profissionais da Educação e Atendimento à Pessoa Surda de Mato Grosso (CAS-MT) também oferece cursos para professores do interior, mas a demanda é maior do que a oferta. Marcino Benedito de Oliveira, coordenador da Educação Especial, avalia que a Língua de Sinais avançou, está se estruturando, amadurecendo, enriquecendo, mas está ficando só com os surdos. “É preciso disseminar esse conhecimento colocando em prática, de fato, a inclusão dessas pessoas”.

Segundo ele, trata-se de um pleito antigo da coordenadoria de Educação Especial, mas que só agora está avançando graças ao empenho da gestão. “O secretário [de Educação] tem essa sensibilidade, de melhorar a cada passo as necessidades das pessoas com deficiência. É um direito das pessoas surdas estarem na escola, e ele, passo-a-passo, está resolvendo”, pontuou o coordenador.

Permínio Pinto designou estudos de viabilidade, afirmando que se é a base que quer, se é uma demanda de quem está vivenciando, tem que ser avaliada. Marcino de Oliveira completou dizendo que de fato é uma caminhada que exige paciência e que para qualquer projeto se estabilizar são necessários estudos.

Autistas 

João Capistrano é pai de um autista e atua na Associação de Amigos do Autista de Cuiabá. Como representante dos membros da associação, João apresentou ao secretário a demanda. Revelou a necessidade de o Estado, por meio da Educação, implantar uma escola para atender especificamente os autistas. Segundo ele, são quase oito mil autistas em Mato Grosso, sendo metade desse número só em Cuiabá e Várzea Grande. Neste contexto, cerca de 400 dependem de uma unidade escolar específica.

Seria uma escola onde estariam concentrados professores capacitados para atender a pessoa com autismo, sem alternância. Ou seja, que não ocorresse trocas ou remanejamento de profissionais. A associação defende a parceria com a Seduc para construção ou disponibilização um espaço do Estado que possa ser usado sem custos. O Estado chegou a ser parceiro da entidade, locando um espaço para a associação por cerca de três anos e meio, mas o projeto não teve sequência.

“São dois projetos prioritários, a escola bilíngue para os surdos e a criação da escola para autista. São iniciativas que visam melhorar o atendimento pedagógico dentro desses espaços reivindicados para que possam evoluir com qualidade”, resumiu Marcino.

A reunião na Seduc contou com a presença de Luiz Carlos Grassi, coordenador de Promoção e Articulação das Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e da assessora de Relações Políticas, Dilma Camargo, ambos da Casa Civil.

Fonte:http://www.folhamax.com.br/

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